Fundos de venture capital: como podem ajudar além do capital

fundos de venture capital

A relação entre fundos de venture capital e startups é uma parceria marcada pelo investimento financeiro, baseada na expectativa do fundo em obter lucro com o crescimento das startups, que por sua vez recebem capital para financiar seu crescimento. No entanto, a ajuda pode ir muito além do investimento, com apoio aos desafios no dia a dia da empresa. Entenda melhor! 

Ainda que o fundraising apareça como ponto central, a relação entre fundos de venture capital e startups pode ir além do investimento financeiro. Muitos VCs oferecem apoio em diversas frentes: desde suporte para tomada de decisões até ajuda com recrutamento e desafios do dia a dia da operação. 

É importante lembrar que cada fundo de venture capital tem suas particularidades e métodos de contribuir com seu portfólio. Enquanto alguns optam por fazer o aporte financeiro e medir os resultados de tempos em tempos, outros acompanham a operação de uma forma mais próxima. 

Para ilustrar essa relação, trouxemos a visão de especialistas do setor, que explicam como a parceria é criada e o que é possível esperar de diferentes investidores.

Especialistas de fundos de venture capital falam sobre a relação com startups 

Para além de esperar por resultados financeiros, muitos fundos de venture capital se preocupam em oferecer benefícios para as startups investidas, disponibilizando suporte em diversas frentes. 

Bruna Thalenberg, Senior Analyst da Kaszek, foi palestrante do Brazil VC Week (evento da Trace que conectou startups a fundos da VC) e comentou, “ nosso principal objetivo como sócio e como parceiro dessas companhias é ser a primeira ligação quando uma coisa acontece, seja uma coisa boa ou ruim. E isso vai muito da relação que é construída no dia a dia”. 

Segundo Bruna, esse posicionamento dos fundos veio com a maturação do ecossistema, “os fundos vão aprendendo novas formas e criando outras maneiras de trabalhar com o portfólio”. “Ajudamos sim com fundraising […] mas a gente também trabalha com estratégia, com go to market, pricing, produto, growth…”, completa. 

Existe uma tendência crescente de fundos internacionais buscando oportunidades de investimentos na América Latina, o que aumenta as possibilidades de startups que estão captando. Lucas Abreu, Venture Capital Investor da Astella Investimentos, que também participou do BVCW, comenta que “o capital tende a se tornar commodity, e à medida que isso acontece, você precisa pensar: o que diferencia seu fundo em relação aos outros peers, em relação aos fundos internacionais que estão vindo para o Brasil”. 

Ainda que o fundraising seja o ponto central da relação entre fundos e startups, os VCs passaram a oferecer mais benefícios para as empresas do portfólio, Lucas conta que “ hoje, vários fundos, inclusive a gente, tem alguém de hiring para ajudar as empresas do portfólio a contratarem C-levels”. 

“Além disso, dentro de casa, temos muita expertise de máquina de vendas, então, ajudamos a empresa do portfólio com isso, também um pouco depois com a máquina de talentos”, acrescenta. 

Para complementar o assunto, Rodrigo Aldrighi, Principal da Monashees, compartilha sua visão sobre o tema: “Tem um lado do VC que é não ter a pretensão de achar que sabe mais do negócio do que os próprios fundadores, então, a gente tem um approach de como desafiar, tirar da zona de conforto, mas também ajudar muito nas tomadas de decisões com provocações e perguntas”. 

Como escolher um investidor para o seu negócio 

A startup que busca investimento deve analisar o momento do seu negócio para entender qual tipo de relação procura com seu investidor. Com isso em mente, fica mais fácil estabelecer uma parceria de sucesso a longo prazo com o fundo de venture capital.

Maria Carolina Lacombe, Principal and Director of Community na Valor Capital, também participou da discussão durante o BVCW. Para ela, é essencial que a startup olhe para o DNA do fundo, “Como [o fundo] pode ajudar na sua estratégia e no momento de vida da sua startup, aí é onde está o pulo do gato. Porque tem momentos que você precisa de um tipo de investidor, tem momentos que você precisa de outro”. 

Brazil VC Week 

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