Overview sobre a captação com investidores estrangeiros

captação com investidores estrangeiros

A captação com investidores estrangeiros já faz parte da trajetória de diversas startups da América Latina. Com o boom em investimentos na região nos últimos anos, negócios latino-americanos puderam contar com capital e, muitas vezes, mentoria de venture capitalists de diversos lugares do mundo. Ainda que pareça uma tarefa complicada para quem está começando a jornada da captação, receber fundos estrangeiros é possível e não precisa ser um caminho árduo. Neste artigo, nós explicamos tudo o que você precisa saber sobre o assunto! 

Nos últimos anos, o ecossistema de inovação acompanhou um aumento expressivo no valor de investimentos, com destaque para 2021, quando diversas startups aproveitaram o momento favorável para capitalizar seus negócios. 

Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples, esteve presente no Brazil VC Week (BVCW), evento da Trace que reuniu nomes de destaque do setor, e ressaltou na ocasião que “em 2021, o mercado estava com muita liquidez, então os LPs (limited partners) dos fundos, estavam com uma expectativa de alocar capital em ativos de risco”. 

O ano de 2022, por sua vez, foi marcado por uma correção de mercado, mudança que inicialmente gerou suspeitas de uma possível crise no setor de startups, mas se mostrou apenas um movimento natural. 

Segundo Ana Zucato, CEO da Noh, que também presente no Brazil VC Week, 2021 foi um ano fora de curva e o que veio a seguir, em 2022, é o que deveria ser correto para o mercado: “No meu ponto de vista, mudou para o que deveria ser correto, natural”.

Acompanhe o volume de investimento estrangeiro direto nos últimos anos, com destaque para um aumento significativo após 2020.

Apesar da mudança de cenário em 2022, pudemos ver que os fundos de Venture Capital não diminuíram o ritmo das captações. Até julho, os VCs americanos haviam levantado US$137,5 bilhões, número muito próximo ao total de US$142,1 bilhões captado em 2021.

Ainda que menor em número, se comparado a 2021, os investimentos continuaram no ecossistema de startups em 2022 e devem continuar ao longo de 2023. Afinal, “fundos estão com money in the pocket”, como afirmou Bernardo Brites, CEO da Trace, durante o BVCW. 

Captação com investidores estrangeiros nos últimos anos 

Segundo dados levantados pela plataforma Distrito, em 2022, os investidores estrangeiros participaram de 39% das rodadas que aconteceram de janeiro a abril para startups fundadas no Brasil. Deste número, 24% contaram também com a participação de investidores brasileiros, enquanto 15% foram feitas apenas por estrangeiros. 

Nas rodadas late stage, vemos uma participação ainda maior de fundos de Venture Capital estrangeiros, com Battery Ventures liderando o Series B da Flash, Next47 liderando o Series A da Tractian, Tiger Global liderando o Series A da Zippi, entre outros.

Segundo o estudo Kearney Foreign Direct Investment Confidence Index, que apresenta o índice de confiança dos investidores, já existiam motivos para otimismo em relação ao Investimento Estrangeiro Direto no início de 2022. A pesquisa apontou que 76% dos líderes entrevistados planejavam aumentar o Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2022, 2023 e 2024. 

Veja na tabela os investimentos realizados por VCs até o segundo trimestre de 2022. Como você acompanhou acima, ainda que menor, os números apontavam para um ritmo crescente de captação por investidores. 

Global Ventura Dollar Volume

A pesquisa da Kearney mostrou também que 83% dos entrevistados citaram que o IED está se tornando cada vez mais importante para a rentabilidade e competitividade no âmbito corporativo. A tendência é que isso se mantenha nos próximos anos. 

As perspectivas positivas também se aplicam para a economia global. Os investidores participantes da pesquisa demonstraram acreditar no aquecimento da economia no mundo pós-pandemia: 63% disseram estar mais otimistas do que pessimistas. Isto foi mais evidente no continente americano, onde o otimismo foi expresso por 69% dos entrevistados, seguidos pela Ásia-Pacífico (63%) e Europa (59%).

O que os investidores buscam na América Latina 

A América Latina foi berço de 16 unicórnios apenas em 2021 e os investidores estrangeiros estão, cada vez mais, destinando recursos para a região com o intuito de não perder nenhuma grande oportunidade. Tamanho interesse começou a surgir depois que grandes nomes, como Nubank, ganharam relevância, não só no cenário nacional, mas também no internacional. 

Em declaração exclusiva para a Trace, Mercedes Bent, Partner da Lightspeed, afirmou: “Na Lightspeed acreditamos que a América Latina é uma das mais atraentes, e pouco investidas, regiões do mundo. Os últimos 3 anos que passamos no mercado fazendo diversas apostas (e dezenas de avaliações) confirmaram a força e a tenacidade dos fundadores. Eles estão dando saltos e transformando soluções home-grown em fintech, cripto, logística e comércio. Estamos aqui para ficar e entusiasmados por aumentar nossos investimentos na LATAM daqui para a frente”.

Milan K., Founding Partner da Mantis, e palestrante do Brazil VC Week, afirmou que a América Latina tem um grande potencial: “Não apenas por representar uma oportunidade enorme em termos de PIB, mas também porque existem esses empreendedores com um sentimento de inquietude, que resolvem problemas existentes na região e podem ser totalmente game changing“.

4 vantagens de fazer uma captação com investidores estrangeiros

  1. Fundos de Venture Capital (VCs) estrangeiros têm mais capital 

Fundos de Venture Capital estrangeiros, normalmente, estão mais capitalizados e, consequentemente, têm mais apetite de risco. 

Isso se dá devido à maturidade do mercado: VCs americanos, por exemplo, já estão no mercado há mais tempo, quando comparado a fundos brasileiros, o que traz mais possibilidades de captação de recursos e, como resultado, potencial de investimentos. 

Outro ponto importante é que a competitividade em países como os EUA é maior, por isso, VCs costumam estar dispostos a oferecer propostas mais atrativas para fechar um acordo. Esse cenário impacta diretamente o valuation da startup – ao receber aportes maiores, o valuation aumenta. 

  1. Mais opções de VCs 

Entre os maiores aportes que aconteceram em 2021 para startups brasileiras, como Nubank, Quinto Andar, Gympass e Mercado Bitcoin, todos eles contaram com investidores estrangeiros, de países como Estados Unidos e Japão. Em rodadas late stage, os VCs que lideram rodadas são predominantemente de fora.

Ao buscar investimentos fora do país, a startup tem mais possibilidades e opções de VCs para compor seu fundraising, algo importante para aqueles em fase de captação. Além disso, existem diversas empresas de Venture Capital focadas em verticais específicas – fintechs, edutechs, healthtechs, insurtechs, e por aí vaí – e contar com o suporte de especialistas  no seu mercado pode ser determinante para o sucesso da relação com o seu investidor.

  1. FOMO 

Fear of missing out (FOMO), ou medo de ficar de fora, é uma realidade para os investidores estrangeiros. O ecossistema de inovação de países da América Latina tem ganhado destaque no mundo todo; o sucesso de startups latino-americanas chamou atenção para a região. Por isso, os investidores passaram a ficar de olho no que acontece por aqui para não ficar de fora de grandes oportunidades que podem surgir. 

  1. Peso para o anúncio da rodada 

Numa perspectiva de marketing e relações públicas, ter um fundraising com a participação de investidores estrangeiros traz peso para o anúncio da rodada: além de transmitir confiança, atrai a atenção do mercado. 

Importância da estrutura offshore para a captação com investidores estrangeiros

Uma estrutura offshore pode oferecer uma série de benefícios para negócios que buscam investimentos fora de seu país de origem ou que desejam expandir-se globalmente. É uma forma de organizar uma empresa em uma jurisdição diferente daquela em que foi originalmente fundada.

Esse tipo de estrutura possibilita que a empresa tenha uma presença global sem precisar se preocupar com a complexidade dos regulamentos de cada país em que atua e é muita usada por startups da América Latina como porta de entrada para relacionamentos com investidores e outros players do ecossistema de inovação do mundo todo. 

Com ela, é possível fugir da instabilidade de países como o Brasil e, além da otimização dos impostos, oferece mais segurança para investidores. Ainda que tenha um número crescente de startups de destaque, o país ainda desperta inseguranças em fundos ou pessoas que querem injetar capital nas empresas da região devido a turbulências políticas e econômicas. 

A possibilidade de criar uma estrutura offshore permite que investidores estrangeiros realizem investimentos em empresas que nasceram no Brasil, mas que legalmente estão sob a jurisdição de outros países. Essa é uma recomendação, inclusive, de diversos fundos latino-americanos que vão investir em negócios da região – alocar fundos em uma holding ou empresa fora do país é considerado uma boa prática. 

Com uma offshore, a operação segue brasileira, mas sob estruturas jurídicas localizadas em locais como os Estados Unidos ou as Ilhas Cayman. É muito comum que uma startup que vai captar com fundos de venture capital americanos crie uma holding em Cayman, seguida de uma empresa americana, comumente no estado do Delaware, e abaixo a operacional, que fica no Brasil. 

Quando a estrutura offshore é aberta, as ações da empresa são transferidas para a holding, momento em que acontece uma inversão societária, conhecida como flip, quando um contrato oficializa essa transferência e os sócios brasileiros recebem uma participação acionária da holding.

Estruturação bancária para receber investimentos fora do país 

Para fazer a captação com investidores estrangeiros, será preciso abrir uma conta bancária internacional, o que pode ser uma tarefa desafiadora para estrangeiros. Felizmente, hoje, já existem opções no mercado que permitem aos brasileiros terem conta em países como os EUA com facilidade. 

Soluções como a da Trace possibilitam que a startup tenha uma conta nos Estados Unidos e outra nas Ilhas Cayman, o que torna o processo muito mais simples, e tudo é feito remotamente. Na plataforma, é possível gerir os fundos de ambas as contas e ter o controle completo do capital da estrutura offshore. 

Na prática, após receber o investimento, as empresas latino-americanas precisam transferir parte dos fundos para o Brasil, como forma de capitalizar a operação, que segue em território nacional.

Antes, era preciso contar com uma terceira empresa ou banco para cuidar dessa parte do processo, porém, com o Global Banking oferecido pela Trace, o câmbio aparece como uma solução integrada às contas. Isso permite que a startup receba seus fundos com agilidade e pagando as menores taxas do mercado.

A Trace foi criada por brasileiros que conhecem de perto as dores dos empreendedores da região, por isso, consegue solucionar toda a jornada do empresário latino-americano que busca investimento estrangeiro – do recebimento do aporte em conta estrangeira à transferência internacional dos recursos. 

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